Quando vi Paulo pela primeira vez, na sua torre de marfim da rua Barão de São Borja, eu soube que seríamos amigos. Ele era a ousadia e a cultura refinada que esta cidade não assimilou, um dandy dos trópicos, o Gay Sunshine de uma Mauristaadt sodomita nos becos e repressora nas casas de família. As lembranças que aqui são contadas não abarcam todas as ricas experiências de uma vida errante, algo de playboy e cigano irresponsável. Mas uma vida cheia de charme, of course. Tampouco traça um panorama linear do que foi a arte pernambucana nos anos 70 e 80 — anos em que Paulo, no Diário de Pernambuco, comentou, divulgou e ajudou artistas locais e de outros estados. À Sombra da Casa Azul surge como flashes, desabafo, o explícito de um sexo para sempre condenado ao profano. Como amigo, pude vivenciar momentos difíceis de Paulo. Como admirador de sua personalidade e de sua poes... Leia mais
Ainda que eu pudesse, de alguma forma, externalizar todos os meus sentimentos a respeito de ressignificar as formas de gestar afetos e, portanto, relações, ainda assim não acreditava que isso fosse o suficiente.
Foi assim que surgiu "bixa ex-monogâmica" fruto de um empenho acadêmico, político e de interesse pessoal visto que, hoje, me identifico como pessoa não-monogâmica política.
O livro, pequeno em quantidade de páginas, mas com uma certa densidade necessária para a reflexão de temáticas inerentes à não-monogamia, foi gestado ainda no final de novembro de 2020 quando estava em Recife e me expus ao exercício de revisitar alguns fatos marcantes do meu passado, à época, ainda uma bixa monogâmica. Contudo, essa “retrospectiva” foi realizada com a minha atual visão e concepção de bixa não-monogâmi... Leia mais